The Bookshel and Friends #1 - Catarina Couteiro

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

E para acabar o dia de hoje em beleza, apresento-vos a nova rubrica do blog: The Bookshelf and Friends.
"E o que é isto?", perguntam vocês e perguntam muito bem! 
Esta rubrica serve para que vocês possam fazer (ainda mais) parte desde mundo. "Como?" Fácil. Aposto que dúzias de vocês têm opíniões valiosíssimas de livros que leram, mas estão guardadinhas a sete chaves. Pois bem, isso acabou! Agora poderão enviar-me (mais tarde, disponibilizarei um email que poderão usar) esses vossos comentários e eles aparecerão aqui, no The Bookshelf! (claro que não vão ser publicados directamente, mas sim depois de serem revistos e avaliados). 
O que acham? Boa ideia?

A primeira opinião é da nossa amiga Catarina, que é a fundadora da página La Vie è Belle, a nova parceria do blog.
Ela leu o livro A Criança Que Não Queria Falar, do autor Torey Hayden.



Há livros que lemos e a certa altura nos marcam. Marcam pela história, pela forma que estão escritos. E o facto de ser uma história verídica, é emocionante. Confesso que me caíram pequenas lágrimas pelo rosto, o que é de uma sensibilidade extrema, pelo menos para mim.

A história fala de uma menina chamada Sheila, apenas com seis anos, bastante perturbada, que ata o irmão à árvore e pega-lhe fogo. Sheila é encaminhada para uma escola, numa turma de alunos especiais, por falta de vaga num hospital psiquiátrico. É aí que a história começa.
Severamente mal tratada, desde o abandono da mãe, que a atirou de um carro em andamento, e o pai alcoólico, toxicodependente e orgulhoso, sem condições, e que se recusa a receber ajudas para o bem-estar de Sheila.
Sheila nas aulas vai manifestando muita fúria, e revolta, porém trata-se de uma menina bastante inteligente. Esta professora dedica-se aos seus alunos, e por Sheila, manifesta uma atenção delicada, e um carinho especial, um amor, e fé. E no fim tudo acaba melhor, com uma batalha dura entre a professora e Sheila. Porque tudo o que esta criança necessita é carinho e atenção.

É sensível, o assunto que este livro trata, um abandono de uma criança apenas com seis anos. Todas estas marcas, estes traumas, vão ficando com estas crianças ao longo do crescimento. É isto que marca uma criança para toda a vida.
Um livro, que demonstra um bom exemplo dos traumas dos abandonos, dos maus-tratos, e as marcas que deixam nas crianças. Um livro que mostra também como saber lidar com este tipo de crianças.


Aqui está a minha parte preferida:

“Há um ano, recebi pelo correio uma folha de caderno amarrotada, manchada de gotas de água, escrita com uma caneta de feltro azul. Não trazia qualquer carta.

A Torey com muito
“Amor”

“Todos os outros vieram
Tentaram fazer-me rir
Brincaram comigo
Algumas vezes para rir e outras a sério
E depois partiram
Abandonaram-me nas ruínas das brincadeiras
E eu não sabia quais eram a sério.
Quais eram para rir e
Vi-me sozinha com os ecos de risos
Que não eram os meus.
E depois tu chegaste
Com os teus modos estranhos
Nem sempre humanos
E fizeste-me chorar
E não pareceste importar-te que chorasse.
Disseste que as brincadeiras tinham acabado
E esperaste
Até que as minhas lágrimas se transformassem
Em alegria!

E aqui fica a opinião da Catarina. 

Muito Obrigada pelo comentário e pelo teu contributo para o crescimento do blog.