segunda-feira, 25 de abril de 2016

Anteriormente tinha publicado esta rubrica sobre a escritora Juliet Marillier, agora segue-se Isabel Stilwell, autora de romances históricos já aqui referidos como Filipa de Lencastre e Catarina de Bragança.
Espero que gostem.

1. Como descobriu a sua paixão pela escrita?
No outro dia descobri uma pasta com desenhos e textos meus, que a minha mãe muito cuidadosamente tinha guardado. E nessa pasta havia muitas histórias escritas com oito e nove anos, já pretensos livros :) Como a minha ortografia era péssima, às vezes decifrá-los não é fácil, mas a vontade de escrever, estava lá. Quando deixei o curso de História, para mudar para o primeiro ano do curso de comunicação social na Universidade Nova, que acabara de abrir, tinha a certeza absoluta de que queria usar a escrita para contar histórias, e para tentar, à medida da minha pequenina dimensão, ajudar a tornar o mundo um bocadinho melhor. A escrita de livros é muito posterior, data de 2010, com o Guia Para Ficar a Saber Ainda Menos sobre As Mulheres.

2. Como descreve o percurso da sua primeira obra?
A escrita do primeiro livro, do Guia, foi de rajada, escrevia, escrevia sem parar, e as pessoas à minha volta riam-se e diziam, 'mas vais escrever um livro num dia'. Não foi num dia, nem perto disso, mas foi de uma vez. Os outros livros que publiquei a seguir, como o Como Dei com o Meu Psiquiatra em Louco, um ano depois, foi também muito uma escrita de impulso. Depois os Romances Históricos são outra coisa completamente diferente – aí o trabalho de pesquisa, de organização da informação, etc, etc, é um trabalho de anos.


3. Em que é que se inspira para escrever? Tem algum lugar onde se sente mais à vontade para tal?
Depende daquilo que estou a escrever. No dia a dia, quando escrevo para jornais e revistas, posso escrever em qualquer lugar, com barulho à volta, estou muito habituada a redacções cheias de ruído, mas quando escrevo os romances históricos preciso de um bocadinho mais de “ambiente”. Os meus dois lugares favoritos: a mesa da casa de jantar, porque dá para o jardim e tem muita luz, ou mesmo o alpendre cá fora, nos dias bons.


4. Dos vários livros que escreveu, qual sente que foi o que mais a desafiou?
Julgo que o mais difícil de todos foi o último, o D. Teresa, porque me obrigou a recuar muito no tempo, e a tentar encontrar a informação suficiente para poder depois imaginar, e ficcionar, numa realidade tão diferente da nossa. Os nomes dos sítios são diferentes, as fronteiras não estavam onde as conhecemos, não há filmes (credíveis) feitos sobre aquela época. Demorou tempo até me sentir à vontade.

5. Gosta tanto de ler, como gosta de escrever?
Gosto, gosto, acho que sem gostar de ler, não se gosta de escrever. Não há nada de que mais gosto do que ficar tão imersa num livro, que nada mais me importa, que quando oiço uma voz a perguntar o que é o jantar, acho que vem de dentro das páginas (e não vem! Balde de água fria, é preciso parar de ler...).

6. Qual foi o primeiro livro que leu?
Dos primeiros livros que me leram foi o Winnie the Pooh, do A.A.Milne. Livro que li autonomamente? A minha mãe lia-me um capítulo e eu depois tinha de ler o outro, foi um método óptimo para me entusiasmar a ler. E nesse modelo havia o My Naughty Little Sister, que adorava. Depois ler, ler, comecei com a Enid Blyton, adorei e devorei todos os livros que escreveu! Mas Os Cinco e Uma Aventura eram os meus favoritos. 

7. Gostaria de deixar alguma mensagem aos seus fans, bem como a todos os amantes da leitura? 
Não tenho fans! Mas sim, tenho uma mensagem para os amantes da leitura: deixem um livro se não vos prende até ao IV Capítulo, e não tenham vergonha de ler, e de dizer que leram, livros que a “crítica” não acha recomendáveis.


Desde já agradeço à Isabel pelas respostas e pela simpatia.
Se quiserem visitar o site e conhecer mais um pouco do caminho desta escritora, cliquem AQUI.