#58 Tudo o que nunca fomos

sexta-feira, 2 de abril de 2021


sinopse

Leah está destroçada. Leah já não pinta. Leah é um fantasma desde o acidente que lhe levou os pais.
 
Axel é o amigo do seu irmão mais velho e, quando aceita recebê-la em casa durante uns meses, quer ajudá-la a encontrar e a colar os pedaços da rapariga cheia de vida e cor que outrora foi. No entanto, Axel não sabe que ela sempre esteve apaixonada por ele, apesar de serem quase família… nem sonha que a sua vida está prestes a mudar.

Porque ela lhe está proibida, mas desperta-lhe os sentidos. 
Porque há o mar, as noites estreladas e os discos de vinil dos Beatles. 
Porque, às vezes, basta um deixa acontecer para ter tudo.


Novo livro, nova autora...
Novos ares na minha estante e aqui pelo blog.
Nunca comprei um livros só pela capa, mas confesso que foi o que saltou à vista no meu primeiro encontro com este livro, mas sugestões da Wook. Que estética linda, com cores chamativas e que combinam tão bem. Dos mais bonitos que acrescentei à minha estante nos últimos tempos, sem dúvidas. Combinando isto com uma sinopse muito apelativa, a única opção foi acrescentá-lo ao carrinho. Foi o primeiro livro que comprei, quando liberaram a venda de livros nos supermercados novamente. (Amém!)
Gosto muito de ler as "minhas autoras", mas sabem aquele gosto pelo novo? Pela novidade? Foi o que senti ao começar a ler. Às vezes sabe muito bem sair da nossa zona de conforto. Ao início estranha-se, mas depois entranha-se e a leitura flui. A escrita da Alice é muito fácil, muito direta. A forma como divide o livro e os capítulos facilita a leitura. Gosto muito quando um escritor introduz mais que uma versão na história, como aqui acontece. Tanto sabemos o que sente Axel, como Leah. Por aqui vemos quanto o escritor se importa com a perceção que o leitor fica de cada personagem, sabendo o que sentem ambas as partes da história. É dar-se ao trabalho de fazer com que todas as personagens sejam compreendidas. É mostrar respeito pelo seu imaginário e por nós, que o lemos. 
Falando agora das personagens. Não consigo nem imaginar a dor de perder os pais, o vazio e a impotência de não poder, nem conseguir fazer nada. É compreensível na idade de Leah, a escuridão que a envolve, sentindo-se sem chão, apesar de todas as tentativas do irmão, que apesar de mais velho, está também ele a passar pela mesma dor de perder os pais, não é?  Valeu-lhes Axel. O eterno amor de Leah e melhor amigo do seu irmão. Aquele amor que parecia impossível, tornou-se a luz no fundo do túnel quando Leah mais precisava que a puxassem do escuro onde se encontrava. Foi uma bonita maneira de a fazer agarrar-se à vida e a todos os bons momentos por que, no fundo, anseia. 
E lá está Axel, que como já disse é o melhor amigo do irmão e 10 anos mais velho que Leah. Na realidade a idade  não importa, mas compreendo neste caso como Leah é encarada como uma menininha sem rumo, uma vez que se encontra fechada no seu mundo, sem conseguir mostrar a personalidade forte de uma mulher de 19 anos, que apenas se encontra retraída e à espera de "esperança". Esperança essa que pode ser o que Axel representa. Foi sempre ele. O descontraído amigo. Aquele que só reparou que Leah se tinha tornado numa interessante mulher, quando atravessavam o pior dos momentos. Mas quando percebeu, nunca mais esqueceu.
Interessante ver o mesmo amor se desenvolver de maneiras diferentes. Enquanto o de Leah, cresce e desenvolve-se, passando de uma paixão de criança a um amor maior, o de Axel aparece e desabrocha tão rapidamente que o sentimento entre ambos quase que queima o ar à sua volta. Mas, apesar de não querermos, no fundo, qualquer leitor que inicie este caminho, sabe como é que esta história vai acabar, ou parece acabar. Pois que não fui a única que já previa que o livro iria acabar com estes dois separados, principalmente quando o irmão de Leah soubesse, pois não? 
Pior de tudo: vamos ter de esperar pela tradução do livro nº2, a continuação desta maravilhosa história. 

Gostei mesmo muito deste livro, foi um "ar fresco". É um bom incentivo àquilo que tenho tentado fazer neste últimos tempos. Aventurar-me em novos autores, podendo surpreender-me como aconteceu aqui. Fico ansiosamente à espera de ler o próximo livro, e de vos poder contar como estão Axel e Leah, e como toda a família irá lidar com o que se passou.