#67 Alice do Lado errado do espelho

sábado, 26 de março de 2022


sinopse

E se um dia acordássemos do outro lado do espelho? E se a maçã vermelha de Eva fosse a mesma que a Branca de Neve trincou? Será que a Rapunzel cortou o cabelo para evitar o contacto social? E o Lobo: porque é que é sempre ele o mau da fita? Estaria a profecia da Bela Adormecida certa? E a Cinderela: precisaria, ela, de ir ao baile para ser feliz? De uma coisa devemos estar certos: o mundo pode ruir como um póquer de ases - mas voltará a erguer-se como um castelo de cartas. 

A Capuchinho-Vermelho encomendou a comida para a avó pela Uber Eats mal sabia ela que o entregador era o Lobo Mau.


Aquele livro que li mais diferentão, provavelmente, em toda a minha vida.
Comprei este livro a meio da segunda quarentena obrigatória. Primeiro pela capa, depois porque adoro tudo o que tenha ou posso vir a ter a haver com a Alice. Depois li a sinopse e encomendei. Durante este ano confesso que ficou um pouco para trás, mas vieram outros e este ficou escondidinho atrás deles. 

Depois de o ter lido acho que é um ótimo livro para qualquer pessoa. Imagino-o a ser lido depois de uma história mais pesada, para aligeirar a leitura. De ser aquele livro que pode ir connosco para qualquer lugar e ser lido onde quer que seja. 
É de fácil e rápida leitura e muito, muito criativo. Ou digam lá que ligar os contos infantis à pandemia e quarentena não é criativo?! Uma maneira super engraçada de abordar a época tão restrita porque passámos há tão pouco tempo atrás. 
Deixo aqui algumas partes para despertar a vossa curiosidade...

"quando disseram a Alice
que nos dias de hoje
quanto maior
a distância
maior
o amor
ela julgou estar
do lado 
errado
do espelho"

.

"diagnosticada com Síndrome de Estocolmo
após anos de terapia
e dando conta de um possível
fim do mundo
a Bela decidiu deixar
o Monstro"


#66 Reencontro com o Amor

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

 


sinopse

Ruby e Ethan eram perfeitos um para o outro… 

Dez anos depois de se separar de Ethan, Ruby continua solteira e obcecada com a sua carreira e a vida agitada de Manhattan. Mas com a data do casamento da sua irmã a aproximar-se, Ruby terá de prescindir de uns dias da sua vida ocupada para viajar até Inglaterra. 

Contudo, ausentar-se do emprego e dispor de uns dias para uma viagem não é o único problema de Ruby — Piper vai casar-se com o melhor amigo de Ethan, pelo que também este estará presente no evento. 

À medida que o grande dia se aproxima, e enquanto ajuda nos preparativos para o casamento, Ruby terá de perceber se a escolha que fez no passado foi a correta. Passada uma década, poderão Ruby e Ethan retomar a sua história de amor? 

Uma história apaixonante e muito divertida sobre o amor e o reencontro, que prova que existe sempre uma segunda oportunidade para ser feliz.


4 horas e meia! 
Foi o tempo que demorei a devorar ler este livro! 
Sabem aquela compra por impulso, só porque sim? Bem, esta foi uma delas. Ao fazer o registo para a subscrição da newsletter da TopSeller, eles estavam a dar a oportunidade de receber um livro por apenas 5€ e foi este que escolhi. Porquê? Não sei! Li a sinopse, achei a história engraçada e gostei da capa. Simples. Agora, quem diria que uma compra tão simples me iria dar um dos melhores livros que li nos últimos tempos?! Já perceberam que as minhas expectativas foram mais que superadas, não já?

Vamos à autora. Nunca tinha lido nada dela, nem tinha ouvido falar sequer e fiquei a saber que este Reencontro com o Amor é a sua obra de estreia em Portugal, em 2017. UAU!! Fui completamente de mente "vazia" ler este meu primeiro livro da Melissa Pimentel. A Melissa nasceu nos Estados Unidos e foi estudar para Londres. Tem uma escrita super leve e fresca, não dando logo ao leitor ideia de como irá se desenrolar a história, o que a torna muito mais interessante e misteriosa. A forma como ela descreve as cenas, os cenários, as pessoas, os sentimentos é muito natural e límpida, não denunciando uma única vez o final dos acontecimentos. Quero, sem dúvida alguma, voltar a ler mais obras desta autora. Que bonito "acaso" aqui calhou sabem?!

Quanto à história e depois de ler a sinopse, tinha tudo para ser só mais um daqueles romances expectáveis. Mas não foi. Tudo graças à Melissa e a como ela conduz a narrativa e os diálogos entre personagens. Eu ia imaginando na minha cabeça o filme a decorrer, sem grandes dificuldades. Os personagens são super interessantes, fazem parte de um núcleo super divertido e acontece de tudo. Eu ia fazendo imensas expressões ao ler esta obra, a interrogação para com os personagens, a percebê-los, a rir com eles... Uma autêntica montanha russa. Numa página pensava que os protagonistas, Ruby e Ethan nunca na vida iriam voltar a estar juntos, na página a seguir, já achava que afinal o Ethan ainda nutria sentimentos pela Ruby mas que esta iria ser forte e dar-lhe para trás. Lia mais uma dúzia de páginas e a situação invertia-se, com a Ruby a chorar baba e ranho e o Ethan nem aí, depois conversavam os dois e pimbas, achava que ainda estavam os dois apaixonados, depois achava que não, que era tudo fogo de vista e da surpresa do reencontro. Estão cansados só de imaginar? Também eu, só de escrever e de me lembrar da maneira em como fui uma bola de ping pong no meio deste livro.

Melissa, Melissa, sabes bem agarrar uma pessoa à história.
Cinco estrelas para este livro, que do nada foi tudo e tudo o que eu precisava para me entreter numa noite entre a meia-noite e as quatro e meia da manhã. Agora é a vossa vez!

#65 10 Blind Dates

domingo, 23 de janeiro de 2022


sinopse

Sophie planeava aproveitar as férias de fim de ano para estar mais tempo com o seu namorado, Griffin, só que ela não esperava que ele colocasse um ponto final repentino na relação. De coração partido, vai para a casa dos avós, a fim de participar na festa que reúne a sua grande família. 

É então que a avó elabora um plano para fazê-la seguir em frente: ao longo de dez dias, Sophie participará em dez blind dates planeados por diferentes elementos da família. Vai ter alguns encontros engraçados e agradáveis e outros verdadeiramente bizarros... mas, com o tempo, Sophie aprenderá o que é melhor para si. 

Quando Griffin aparece inesperadamente e lhe implora uma segunda oportunidade, Sophie fica mais confusa do que nunca. Até porque é possível que tenha começado a interessar-se por outra pessoa… Estas vão ser as piores férias de sempre… Ou será que não?


Malta, sempre que falo deste livro sai-me 100 encontros e não 10. Já imaginaram 100 encontros às cegas? E todos eles organizados pela nossa família, que booooooom!!!

Este foi um dos livros a que dei cinco estrelas no ano de 2021, e dos que mais gostei. Não da história em si, nem do que diz respeito aos encontros, mas aquela avó e aquela família são demais. Toda a dinâmica do livro, toda a alegria se deve a eles. Mas mesmo assim acho que, muitos de vocês não concordando, ainda se estão a perguntar o porquê deste livro estar no meu top 2021 não é? Fácil, expetativas! Comprei este livro no Continente em promoção e nunca tinha ouvido falar dele, nem da escritora, mas achei graça ao conceito e pensei: porque não? E excedeu em muito as minhas expetativas. Li o livro num segundo, sempre à espera das novas tropelias da avó, dos tios ou das primas de Sophie. Se a história romântica me agradou? Já lá vamos amigos, já lá vamos.

Ashley Elston tem aqui uma pequeno diamante. Uma leitura fácil, acessível e ideias cómicas muito engraçadas e que fazem todo o sentido, muito bem conseguidas mesmo. Já o disse aqui um milhar de vezes, um leitor quer uma escrita dinâmica e direta, que faça fluir a leitura, e acho que encontra isso com o 10 Blind Dates. Consigo imaginar esta obra numa mini-série, vocês não? Tipo uma sitcom, cada episódio, um encontro. 
Depois temos um livro com uma capa super gira e atual, com as cores super chamativas. Confesso que o único senão nesta capa é a rapariga. Não sei porquê, mas não consigo lidar muito bem com "pessoas reais" nas capas (claro, sem ser biografias ou algo mais específico). Acho que nos limitam um pouco na imaginação da personagem percebem? O livro em si é amoroso, com um tamanho bastante prático para ser transportado e levado para os quatro cantos do mundo. 

Agora, vamos lá a história em si. Comecemos pelo menos bom, que atenção, é mesmo menos bom e não mau, porque mau era se fosse completamente desinteressante, o que não é!
Adolescentes, romances, férias... disse tudo?! Aqui não há nada que possa correr bem, pois não? Como falar disto sem dar spoilers?! Começam as férias, namorado estúpido não sabe o que quer, namorada ouve e fica num pranto. Ela afasta-se, começa a melhorar e ele aparece novamente com um pedido de desculpas na ponta da língua. Previsível?! Muito!
Fui a única que percebeu logo o que se iria passar, mal apareceu Wes na história? Pronto, não digo mais nada. Mas já perceberam o porquê desta ser a parte menos boa do livro. É tudo muito previsível desde o primeiro momento e conseguimos perceber a parte amorosa desde o inicio. 
Agora, foi esperto intercalar esta história romântica com uma família pitoresca e muito hilariante? Foi sim senhora! Mas que risadas dei ao ler este livro. Uma dinâmica soberba, uma grande ligação entres todos e uma abertura que não é muito normal. Todos se conhecem muito bem, sabem as dores uns dos outros e as alegrias, e vibram como se os êxitos fossem dos próprios. GENIAL! No meio desta família, o previsível torna-se desafiante e surpreendente. Nunca estás à espera de nada que eles façam, e somos surpreendidos a cada página que lemos. 
Se pela parte do romance daria umas boas três estrelas e meia, estes loucos fizeram as cinco estrelas aparecer do nada. Por mais pessoas assim, descomplicadas e prontas a ajudar. 

#64 Antes Que o Café Arrefeça

quinta-feira, 18 de novembro de 2021


sinopse 

O que faria se pudesse voltar atrás no tempo? 
Um romance tocante e inspirador. 

Um rumor circula por Tóquio. Escondido num pequeno beco da cidade, dentro de uma cave, há um café com mais de cem anos. Com uma chávena bem quente, se nos sentarmos no lugar certo, oferecem-nos algo mais: a hipótese de voltar ao passado. Em Antes Que o Café Arrefeça, acompanhamos as viagens de quatro mulheres que procuram regressar a momentos determinantes das suas vidas para os mudar: falar com o namorado que partiu, ler a carta do marido com Alzheimer, ver a irmã pela última vez e conhecer a filha que nunca viu. Mas as viagens no tempo têm condições e riscos… e nada do que façam vai alterar o presente. Uma mesa, um café e uma decisão. Uma história sobre o amor, o tempo perdido e as oportunidades que o futuro nos reserva.


Um dos melhores livros que li nos últimos tempos. E espanto meu que não é um romance. Quem diria que um dos melhores livros do ano seria, para mim, este pequeno livro tamanhas histórias no seu interior?
A maior parte de vocês sabe que leio muito mais romances e é o estilo que me prende mais. Dito isto, achei por bem dar uma hipótese a outros estilos literários, e é aí que entra este "Antes que o Café Arrefeça". Estava em todos os top's que conheço e as críticas eram bastante apelativas.
E quando o assim o é, o interesse desperta e as expectativas vão crescendo. Pode ser mau? Pode! Mas neste caso, as expectativas que já estavam bem lá no alto, conseguiram ser superadas. 
Confesso que comecei a medo, mas em dois dias o livro foi devorado, desculpem, lido. Toshikazu tem uma escrita muito leve e direta, prendendo o leitor à história, que, abordando temas mais pesados, se tornam fáceis de encarar e perceber com a ajuda da escrita do autor. Foi também uma boa ideia separar por pequenos contos, este enredo todo ligado entre si. Contos fazem com os leitores não se cansem, nem se sinta assoberbados com tanta informação.
Quanto à história em si, envolve a resolução de assuntos que ficam pendentes no passado e não só... São quatro pessoas, quatro assuntos pendentes e quatro cafés por beber. Das quatro, a última acho que é a mais tocante e a mais envolvente, talvez por ser centrada numa personagem que já acompanhamos desde o primeiro conto. E pode ter sido deixada para último com esse mesmo propósito. Confesso que só fiquei desapontada porque queria mesmo perceber a história da senhora que ficou presa ao passado por não ter bebido o café antes deste esfriar. Quem era ela? Porque motivo quis voltar ao passado? Será que valeu a pena ter-se tornado um fantasma? E estas histórias ficam para a minha, e vossa, imaginação, e na de todos os que leram. Quem vota numa continuação?!
Continua a fazer falta falar de temas, como a morte, doenças terminais, de forma mais leve e despreocupada. Mesmo sendo um livro, pode retratar muitos pensamentos ocultos que nós todos temos. Quem nunca desejou voltar ao passado para ver e falar um última vez com alguém que partiu?

Que bom foi mudar de ares literários, e ir por um novo caminho. Vale a pena arriscar e descobrir novos géneros que nos surpreendam e superam expectativas. Depois do meu namorado, este livro foi, sem margem para dúvidas, o melhor companheiro de viagens que tive este ano!

#63 Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los

quarta-feira, 22 de setembro de 2021


sinopse 

A ação do filme Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los começa no ano de 1926, no momento em que Newt Scamander, representado por Eddie Redmayne, premiado com um Óscar da Academia, conclui uma viagem à volta do mundo para encontrar e documentar um conjunto extraordinário de criaturas mágicas. 

Tendo chegado a Nova Iorque para uma breve paragem, ele poderia ter partido de imediato sem qualquer incidente... não fosse um No-Maj (termo americano para Muggle) chamado Jacob, uma pasta mágica perdida e a fuga de alguns dos monstros fantásticos recolhidos por Newt, que causam grandes problemas quer no mundo da feitiçaria quer no mundo No-Maj.


Ponha o dedo no ar quem viu os filmes antes de ler os livros! Ena, tantos...
Agora ponha o dedo no ar quem leu o segundo livro antes do primeiro! Não? Ninguém? Só eu?! 

Fácil! A primeira palavra que me vem à cabeça neste livro! Já com o outro desta saga foi exatamente a mesma coisa. Como já disse, não sei se é por ser em peça de teatro ou não, mas torna-se muito mais ligeira esta leitura e muito mais "clean", tendo menos descrições e pormenores que existindo, podem tornar uma leitura mais monótona e "chata".
Confesso que gostei muito mais do segundo livro, centrado na história de Grindelwald. Li com muito mais interesse e muito mais rápido. Engraçado que com os filmes é exatamente o oposto, gostando mais do primeiro filme. O que mais me fascina nesta história são todas as informações que ficamos a conhecer sobre os animais deste mundo. Qual é o vosso preferido? O meu é o Pickett, o bowtruckle. Não é só a coisa mais amorosa deste mundo? A ligação que ele cria com Newt é de um amor imenso que transparece nestas páginas e na tela. Também adoro o Niffler, acho que é o comediante da história, aquele patifezinho!
Claro que também temos de evidenciar a vertente misteriosa do primeiro livro, com o aparecimento do "obscurus". E quem é que adivinhava que o Lord Percival Graves era, na verdade, Grindelwald? Perdoem-me, mas não posso deixar de fazer aquela pequena pontezinha entre o livro e o filme, sempre que se fala no vilão. Acho mesmo que não poderiam ter escolhido melhores atores para interpretarem estas personagens: Collin Farrell e Johnny Depp. Tenho uma pena enorme do afastamento de Depp (só um dos meus atores favoritos) da saga, e de não ser Farrel a continuar a personagem (nada contra o novo ator escolhido, Mads Mikkelsen), mas para mim, a escolha era lógica. 
Voltando ao livro, apesar da facilidade da leitura, como já tinha dito, senti que me custou mais ler este primeiro livro do que o segundo. Houveram alturas de ter o livro na mesinha de cabeceira ou até sempre comigo na mala e tinha uma preguiça gigante de recomeçar a leitura. Mas é certo que, quando voltei a pegar-lhe, foi num instante que o acabei. Previsível não é?
Tirando a informação sobre os animais, um dos aspetos positivos é também e sem sombra de dúvida, o nosso muggle (desculpem, No-Maj) preferido. Quem vinha do universo Harry Potter, não conheceu os melhores muggles do mundo nao é... Digamos que os tios e o primo de Harry são o exemplo oposto de qualquer pessoas que queiramos conhecer. Já Jacob é brilhante e podemo-nos rever nele ao descobrir a magia. A cara de Jacob ao conhecer Newt e ao vê-lo a fazer magia é exatamente igual à nossa quando fomos apresentados a este mundo. O ar de espanto e maravilhado ao mesmo tempo, ainda ninguém nos tira, pois não?

#62 Quem Ama Acredita

terça-feira, 20 de julho de 2021


sinopse

Jeremy Marsh vive em Manhattan, onde a sua reputação como jornalista científico é irrepreensível. Cético por natureza, deleita-se a desmascarar falsos médiuns, cultos religiosos fraudulentos e terapias duvidosas. No dia em que chega a Boone Creek, uma pequena e pitoresca cidade na Carolina do Norte, Jeremy está seguro de que o mistério das fantasmagóricas luzes no cemitério local tem uma explicação racional. Lexie Darnell adora Boone Creek, onde trabalha como bibliotecária. Disposta a dar a conhecer a magia da cidade, ela acompanha Jeremy nas suas investigações. Lexie e Jeremy não podiam ser mais diferentes e, contudo, os sentimentos que os unem são intensos e verdadeiros. Jeremy sabe que a sua estadia em Boone Creek tem um prazo, findo o qual regressará à sua amada Nova Iorque. Por seu lado, Lexie sente que nunca será feliz numa cidade grande. O futuro da relação é impossível. A não ser que a realidade prove não ser tão racional assim… 


Este livro é daqueles que, ao ler, não grita Nicholas Sparks pelas páginas percorridas. Aliás lembra-me muito das história de Jude Deveraux. Talvez pela escrita mais simples e descontraída, que se tem vindo a tornar mais complexa ao longo do tempo. Já tendo lido vários livros dele, acho que ele começou a escolher um vocabulário muito mais rigoroso e complicado, o que mostra o amadurecimento da sua escrita, mas que ao mesmo tempo pode cansar o leitor. Neste livro, achei tudo menos isso. Gostei mesmo muito. Daqueles que já vamos imaginando o filmo, não é amigos? 
Outra das coisas de que mais gostei é que, apesar de ser um romance, a história tem várias vertentes, não deixando a história de amor "abafar" tudo o resto. Existe um bom equilíbrio, não saturando o leitor. Falando agora dos personagens e do enredo, devo dizer que o que mais gostei foi deste mistério das luzes no cemitério. Porque não há maneira de nós, leitores, descobrirmos a sua origem antes dos protagonistas, pelo menos falo por mim.

Gostei bastante da Lexie, talvez sendo influenciada pelo sitio onde trabalha e querendo, em segredo, roubar-lhe o trabalho. Ter uma biblioteca era um sonho não era? Se gostei da Lexie, devo dizer que a Doris me arrebatou. Que avó maravilhosa. Convicta, sempre presente e pronta a ajudar. Sem ela, Jerry nunca iria até Boone Creek, nem avançava no seu romance com Lexie. No meio disto tudo, a avó é que sabe, não é? Boone Creek... que vontade de ir conhecer este sítio. Onde tudo se sabe, todos se conhecem e qualquer coisa precisa está ao virar da esquina. Onde se diz bom dia a toda a gente e se percorrem caminhos com amigos e vizinhos. Sendo também fã de séries, não posso deixar de comparar este sítio a Virgin River (série com o mesmo nome). Parace ser tal e qual Boone Creek, só que em vez de Jerry, é a citadina enfermeira Mel que se muda e se apaixona pela vila e por Jack. 

Todo este conjunto de personagens, deste sítio, o mistérios das luzes fez com que este livro seja dos meus preferidos de Nicholas Sparks. Pena que já tendo alguns aninhos, é (quase) impossível haver uma continuação, mas não seria uma boa ideia? E dessa continuação, uma série? Jerry mudava-se para Boone Creek, e com a ajuda de Lexie e de Doris, iam descobrindo pequenos mistérios pela vila fora. Eu via e vocês?

#61 A Harpa dos Reis

quinta-feira, 27 de maio de 2021


sinopse

Uma jovem é ao mesmo tempo bardo e guerreira nesta emocionante fantasia histórica da autora de Sevenwaters.

Liobhan, de dezoitos anos, é uma cantora possante e toca muito bem flauta. O irmão possui uma voz que derrete o coração mais duro e é um talento raro na harpa. Mas a grande ambição de Liobhan é ingressar no grupo de guerreiros de elite da Ilha dos Cisnes. Ela e o irmão treinam na ilha para competir por lugares no grupo quando são convocados para uma missão apesar de ainda serem candidatos. A sua invulgar combinação de aptidões torna-os ideais para esta tarefa específica, que exige disfarçarem-se de menestréis ambulantes. Porque a Ilha dos Cisnes treina guerreiros, mas também espiões. 
A sua missão é encontrar e recuperar uma harpa preciosa, um símbolo antigo da realeza, que desapareceu. Se o instrumento não for tocado na próxima coroação, o pretendente ao trono não será aceite e o reino cairá no caos. Confrontada com cortesãos conspiradores, druidas pouco faladores, uma contadora de histórias perspicaz e um príncipe herdeiro grosseiro, Liobhan depressa percebe que um poder do Outro Mundo pode estar a intrometer-se nos assuntos do reino. Quando a ambição entra em conflito com a consciência, Liobhan tem de tomar uma decisão ousada e as consequências poderão partir-lhe o coração.


Juliet Marillier é de longe uma das minhas escritoras favoritas de sempre. Uma escrita e um estilo muito próprios que fazem dela a autora de um dos livros que mais me marcou e ainda hoje, anos depois de o ter lido pela primeira vez, me lembro de cada detalhe - A Filha da Floresta. Foi este livro que me apresentou a Juliet. Já trocámos alguns emails e ela é tão dada, tão carinhosa e tão disposta a ajudar e a conversar com os seus leitores, que fiquei muito espantada e maravilhada com este primeiro contacto. Dos poucos livros de que sinto saudades de ler, são dos dela. A conjunção do fantástico com o drama, com o thriller que só Juliet sabe passar para papel. 
Foi quando bateu a saudade que vos falei, que iniciei esta leitura. Falando do livro, tem uma capa linda, linda. Depois, apresenta diversas visões da história, sendo que é escrita sob o olhar de três personagens diferentes. Tem também excelentes reviravoltas que nos prendem até à última página e nos faz ansiar peço próximo livro da trilogia. 
Voltando à maneira de como o livro está escrito, já não é a primeira vez que vos conto que uma das coisas que mais gosto na abordagem do escritor à história é transcrevê-la de modo a que o leitor consiga entender muito bem e explicitamente todas as personagens ou, pelo menos, as principais, que é o que acontece aqui. Temos então três visões e perceções diferentes, o que nos ajuda a compreender melhor a história, pensamentos e sentimentos . Porque esta é uma história sobretudo sobre sentimentos e como eles influenciam o decorrer da missão aceite pelo grupo. 
Deste, tão dispare, grupo, a minha personagem preferida é, ou melhor vai-se tornando, Dau. É aquele que vai crescendo, vai aprendendo a ouvir e tem a tarefa mais complicada de todos. Dau tem de fingir que é mudo perante injustiças e brigas, sem poder sair do seu disfarce. Como ele passa de um miúdo gabarolas, um tanto ou quanto invejoso e com a mania da superioridade, para um homem sensível, companheiro e bom ouvinte é fantástico. Das melhores transformações de carácter literárias que li nos últimos tempos.
Quanto à personagem principal , Liobhan, acho que chega a ser das mulheres protagonistas dos livros de Juliet, a mais insegura, vulnerável e derrotista. Infelizmente para ela, vejo-me sempre a compará-la com nomes de protagonistas antigas, como Sorcha, ou até mesmo a filha desta, Liadan e aprecio muito mais a coragem delas e as suas personalidades. Pelas falas e pelos seus sentimentos retratados, sinto que se não fosse o meio envolvente e os seus companheiros de cena, Liobhan iria ser uma protagonista muito apagada. 

Mesmo assim, e apesar das coisas menos boas, a história é bastante forte e agarra facilmente o leitor. Haver uma missão, que apenas no fim se sabe se é ou não bem sucedida, faz com queiramos chegar rapidamente ao fim. Facilmente também queremos ler a continuação para percebermos quem completa o curso e ingressa no grupo de guerreiros  e quem fica pelo caminho. E será que podemos esperar um romance entre Liobhan e Dau? O que acham? Ficaremos à espera.

#60 Apartamento Partilha-se

quarta-feira, 28 de abril de 2021

 

sinopse

Tiffy Moore precisa urgentemente de um apartamento barato, depois de o ex-namorado a despejar da casa onde viviam. Leon Towney é enfermeiro, faz os turnos da noite no hospital, tem um apartamento para arrendar e precisa de dinheiro para ajudar o seu irmão.

Para os dois, surge a solução perfeita: durante o dia, enquanto Tiffy está a trabalhar, Leon descansa do lado direito da cama; durante a noite, e até à manhã seguinte, Tiffy é dona e senhora do apartamento. Embora nenhum deles se encontre no mesmo espaço ao mesmo tempo, limitando as hipóteses de algo poder correr mal, os seus amigos acham que esta é a receita para o desastre e que devem existir regras.

Para que tudo possa correr bem, decidem comunicar apenas por bilhetinhos destinados a resolver questões domésticas (e da vida) e facilitar a partilha do apartamento. Mas, com ex-namorados dramáticos, colegas de trabalho doidos e, claro está, o facto de ainda não se terem cruzado, estão prestes a descobrir que, para terem uma casa perfeita, vão precisar de atirar as regras pela janela.


Ora bem! Este livro para mim é aquilo a que chamamos de mix feelings sabem? 
Acrescentei-o à minha wishlist da Wook porque vi imensa gente no Instagram a falar bem dele e quando tive oportunidade, comprei-o. Depois de algumas páginas lidas, confesso que comecei a ficar desiludida com a história em si e deixei o livro de lado durante umas boas semanas. Mas sem nunca ter saído da minha mesinha de cabeceira, acabei por lhe dar uma segunda oportunidade, ainda que forçada. E quando recomecei foi até à última página. Existiu ali um *clic que me prendeu à história e que eu não estava à espera, uma vez que ia com zero expectativas para a continuação da leitura. E que *clic foi esse? Não sei, estou ali dividida entre o fim da relação do Leon e a procura mais intensiva do companheiro de tempos de guerra do Sr. Prior. 

Aliás, quase tudo do que mais gostei e que fez que me ligasse à história foram essas pequenas histórias paralelas ao romance de Leon e Tiffy. 
E falando já destes dois, muito previsível não acham? Foi o que menos gostei, saber logo pela sinopse o destino das personagens principais. Nem uma reviravolta, nem nada! Demasiado visto e chato! É muito óbvio logo no início que eles vão ficar juntos. 

Vamos ao que mais gostei. A busca de Leon em encontrar Johnny White e o sucesso por fim, e logo aquele Johnny White que tão simpático com eles foi. O reencontro, que apesar de breve, fez com que o Sr. Prior tivesse uma última alegria antes de se despedir deste mundo. 
Também a tentativa de provar a inocência de Richie e tudo o que Leon faz para o ajudar e depois Tiffy. Muito bonito e tocante ver a ligação e a confiança entre estes dois irmãos, que mesmo depois da prisão de Richie continuou a crescer. 
Tocando também na relação entre Tiffy e o seu ex-namorado. Importante este retrato da nossa sociedade que aborda este tipo de relação. Uma relação que, mesmo tendo acabado, continua a ser abusiva. A perseguição e a insistência de um antigo relacionamento pode tornar-se algo muito pior e muito perigoso, tanto a nível físico, mas principalmente a nível psicológico. 

Apesar do começo a meio gás, a leitura vai-se tornando mais interessante página após página. Ajuda muito a maneira direta e despretensiosa com que Beth O'Leary escreve. Uma escrita fácil e sem rodeios, como se de uma conversa entre amigos se tratasse. Como já referi, também é muito positivo abordar assuntos tão presentes e pertinentes na nossa sociedade como as relações abusivas, a homossexualidade, a prisão de inocentes e as doenças terminais.

#59 Daqui a 5 anos...

segunda-feira, 12 de abril de 2021


Uma história de amor... Mas não a história que imagina.

sinopse

Dannie tem um emprego que adora, um apartamento perfeito e um namorado maravilhoso. Mas poderá ela dizer que tem tudo? 
PODE, SIM! Pois a sua vida está a avançar de acordo com o plano que há muito traçou para si própria. Dannie não podia ser mais feliz. Ou será que podia? 

Um dia, ela adormece... e ao despertar, descobre que está num apartamento diferente, com um homem diferente, numa vida que não é a sua. Consegue perceber pela televisão que a noite é a mesma... mas cinco anos para a frente, em 2025. 

Dannie acorda sobressaltada pela intensidade daquele sonho. Teria sido mesmo um sonho? Foi tudo tão verdadeiro... Seria uma premonição? Mas, sendo ela uma rapariga prática, está determinada a não voltar a pensar no assunto e nem sequer conta à sua melhor amiga, Bella. Dannie vai continuar com a sua vida como se nada fosse... 

Mas quatro anos e meio depois depara-se precisamente com o homem daquele, e percebe que tem perante si um dilema que não tem solução. Uma história inesperada, que nos traz uma profunda mensagem sobre os sonhos, a vida, e a natureza imprevisível do Destino.


E já que estamos numa onda de novos escritores, vamos falar deste livro de Rebecca Serle. Outra obra que vi falada no Instagram e que me chamou a atenção pela capa. E foi das melhores surpresas que tive. Aliás, arrisco dizer que a seguir ao "Tudo o que Nunca Fomos", foi o melhor livro que li nos últimos tempos. Bolas, estou a adorar esta "fase" de novos autores por aqui!
Se pudesse dizer apenas uma palavra para caracterizar este livro, diria "inesperado", porque nem lendo a sinopse, nem metade do livro, adivinhei o final. Em quase todo o livro imaginei um final, que era o que tudo indicava e no fim "BOOM", uma reviravolta que acho que nenhum leitor esperava na realidade. E é o que faz um bom livro. A surpresa é o que, no final de contas, o leitor espera de um livro quando começa a sua leitura. Isso e uma leitura fácil e que flua naturalmente, certo?

Também neste livro, podemos nos surpreender ao ver que um romance não tem de ser, obrigatoriamente, sobre um casal. Acima de tudo, um romance é a demonstração de amor numa forma despretensiosa e verdadeira, e aqui o que vemos é uma história de amor entre duas amigas. Duas amigas que se conhecem desde sempre, defeitos e qualidades incluídos, e que para além de amigas, se consideram irmãs de coração e que só querem a felicidade uma da outra. E é tão bonito ver amor em tão variadas formas. 
A esta história tão bonita de amor, juntamos mais um apontamento que, apesar de infeliz, é tão válido e preciso como outro, para fazer desta uma grande história. Esta tão terrível doença acabou por ligar ainda mais as duas amigas e prendeu o leitor até à última página, o que significa que não é preciso um final feliz para ser um bom livro. Quanto mais conteúdo e personalidade tem um livro, melhor é. Já perceberam então que uma das minhas partes favoritas é a relação entre Dannie e Bella, que conta com o companheirismo e cabeça-fria de Dannie e com a garra e sinceridade de Bella.

Este é mais um livro que dava um ótimo filme, não concordam?
No fundo, fiquei ainda mais curiosa para ler mais livros da autora e quem sabe a continuação da história de Dannie, ou até mesmo de Aaron, podendo ser mais surpreendente por não ser o esperado. Tal e qual este livro.

#58 Tudo o que nunca fomos

sexta-feira, 2 de abril de 2021


sinopse

Leah está destroçada. Leah já não pinta. Leah é um fantasma desde o acidente que lhe levou os pais.
 
Axel é o amigo do seu irmão mais velho e, quando aceita recebê-la em casa durante uns meses, quer ajudá-la a encontrar e a colar os pedaços da rapariga cheia de vida e cor que outrora foi. No entanto, Axel não sabe que ela sempre esteve apaixonada por ele, apesar de serem quase família… nem sonha que a sua vida está prestes a mudar.

Porque ela lhe está proibida, mas desperta-lhe os sentidos. 
Porque há o mar, as noites estreladas e os discos de vinil dos Beatles. 
Porque, às vezes, basta um deixa acontecer para ter tudo.


Novo livro, nova autora...
Novos ares na minha estante e aqui pelo blog.
Nunca comprei um livros só pela capa, mas confesso que foi o que saltou à vista no meu primeiro encontro com este livro, mas sugestões da Wook. Que estética linda, com cores chamativas e que combinam tão bem. Dos mais bonitos que acrescentei à minha estante nos últimos tempos, sem dúvidas. Combinando isto com uma sinopse muito apelativa, a única opção foi acrescentá-lo ao carrinho. Foi o primeiro livro que comprei, quando liberaram a venda de livros nos supermercados novamente. (Amém!)
Gosto muito de ler as "minhas autoras", mas sabem aquele gosto pelo novo? Pela novidade? Foi o que senti ao começar a ler. Às vezes sabe muito bem sair da nossa zona de conforto. Ao início estranha-se, mas depois entranha-se e a leitura flui. A escrita da Alice é muito fácil, muito direta. A forma como divide o livro e os capítulos facilita a leitura. Gosto muito quando um escritor introduz mais que uma versão na história, como aqui acontece. Tanto sabemos o que sente Axel, como Leah. Por aqui vemos quanto o escritor se importa com a perceção que o leitor fica de cada personagem, sabendo o que sentem ambas as partes da história. É dar-se ao trabalho de fazer com que todas as personagens sejam compreendidas. É mostrar respeito pelo seu imaginário e por nós, que o lemos. 
Falando agora das personagens. Não consigo nem imaginar a dor de perder os pais, o vazio e a impotência de não poder, nem conseguir fazer nada. É compreensível na idade de Leah, a escuridão que a envolve, sentindo-se sem chão, apesar de todas as tentativas do irmão, que apesar de mais velho, está também ele a passar pela mesma dor de perder os pais, não é?  Valeu-lhes Axel. O eterno amor de Leah e melhor amigo do seu irmão. Aquele amor que parecia impossível, tornou-se a luz no fundo do túnel quando Leah mais precisava que a puxassem do escuro onde se encontrava. Foi uma bonita maneira de a fazer agarrar-se à vida e a todos os bons momentos por que, no fundo, anseia. 
E lá está Axel, que como já disse é o melhor amigo do irmão e 10 anos mais velho que Leah. Na realidade a idade  não importa, mas compreendo neste caso como Leah é encarada como uma menininha sem rumo, uma vez que se encontra fechada no seu mundo, sem conseguir mostrar a personalidade forte de uma mulher de 19 anos, que apenas se encontra retraída e à espera de "esperança". Esperança essa que pode ser o que Axel representa. Foi sempre ele. O descontraído amigo. Aquele que só reparou que Leah se tinha tornado numa interessante mulher, quando atravessavam o pior dos momentos. Mas quando percebeu, nunca mais esqueceu.
Interessante ver o mesmo amor se desenvolver de maneiras diferentes. Enquanto o de Leah, cresce e desenvolve-se, passando de uma paixão de criança a um amor maior, o de Axel aparece e desabrocha tão rapidamente que o sentimento entre ambos quase que queima o ar à sua volta. Mas, apesar de não querermos, no fundo, qualquer leitor que inicie este caminho, sabe como é que esta história vai acabar, ou parece acabar. Pois que não fui a única que já previa que o livro iria acabar com estes dois separados, principalmente quando o irmão de Leah soubesse, pois não? 
Pior de tudo: vamos ter de esperar pela tradução do livro nº2, a continuação desta maravilhosa história. 

Gostei mesmo muito deste livro, foi um "ar fresco". É um bom incentivo àquilo que tenho tentado fazer neste últimos tempos. Aventurar-me em novos autores, podendo surpreender-me como aconteceu aqui. Fico ansiosamente à espera de ler o próximo livro, e de vos poder contar como estão Axel e Leah, e como toda a família irá lidar com o que se passou.